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Museu Vista Alegre – 180 anos ao serviço da história da porcelana em Portugal

Museu Vista Alegre em 1947 Museu Vista Alegre em 1974 Entrada do Museu Vista Alegre inaugurado em 2016 Um dos fornos da antiga fábrica, hoje cartão-de-visita do Museu Vista Alegre Busto do fundador José Maria Ferreira Basto Sala dedicada ao primeiro corpo de bombeiros privativos da Vista Alegre Uma das muitas salas do percurso expositivo Sala onde termina a visita ao museu, com um painel que mostra a evolução dos logótipos da Vista Alegre

O Museu Vista Alegre assinalou, em 2018, 180 anos de vida. Com efeito, data de 1838 a organização do acervo histórico das primeiras peças da fábrica destinadas à presença na Exposição de Produtos da Indústria Portuguesa, promovida pela Sociedade Promotora da Indústria Nacional, realizada em Lisboa, entre 22 de julho e 1 de agosto do mesmo ano.

Este primeiro recorte da história do museu surgiu 14 anos após a criação da fábrica fundada em 1824 por José Ferreira Pinto Basto.

No entanto, os primeiros anos ficaram marcados por um incêndio, em 1853, que deflagrou na fábrica e destruiu o edifício em que estava o Museu, tendo-se perdido uma parte do acervo daquele período.

Em 1910 o museu foi instalado na sala anexa à sacristia da Capela de Nossa Senhora da Penha de França, a padroeira da fábrica.

Cem anos após a fundação da empresa, o museu teve papel de destaque nas comemorações da efeméride, ao dinamizar a exposição comemorativa do centenário da fábrica, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, onde marcou presença com muitas peças suas identificadas “Museu Vista Alegre”, a que se juntam outras peças do Museu anfitrião e outras de coleções particulares, sob a égide de José de Figueiredo, então diretor do MNAA.

Continuando a olhar para os principais pontos do percurso, em 1947 o museu é repensado com a colaboração de Vasco Rebelo Valente e instalado na Casa da Administração, com o seu principal núcleo expositivo a ser concentrado no átrio da escadaria principal, onde após “a seleção e catalogação das espécies, propriamente artísticas, arrecadadas no Museu da Fábrica, passaram estas a ser apresentadas didaticamente, por períodos de fabrico, em vitrinas.

Entretanto, em 1964, o museu entrou em nova fase, ganhando instalações próprias, no edifício por trás da Capela, na ala da antiga Olaria da fábrica. O novo museu foi inaugurado pelo então Presidente da República, Américo Thomaz, em 18 de Junho.

Dez anos depois, o museu foi reorganizado, modernizando o discurso expositivo, tendo contado com a orientação de David Cristo, antigo diretor do Museu de Aveiro.

O Museu Vista Alegre foi reformulado em 2001, procedendo-se a uma renovação do seu interior, bem como da sua exposição permanente, para o que contribuiu decisivamente uma primeira parceria com o Museu Nacional de Arte Antiga.

2016 – o ano da “nova vida” 

Depois de um percurso notável, o Museu Vista Alegre ganhou novas e maiores instalações, numa obra de raiz realizada na ala Norte do Terreiro, integrada na grande remodelação de todo o espaço da empresa.

O museu passou a ocupar áreas dos antigos fornos, incorporando dois deles no seu circuito expositivo, que foi completamente reformulado e inaugurado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa no dia 26 de maio de 2016. O chefe de Estado esteve dois dias na Vista Alegre, tendo procedido à inauguração de todas as obras entretanto realizadas. 

Para além do museu, foram inauguradas as obras na modernização do Terreiro, na Capela de Nossa Senhora da Penha de França, no Teatro Vista Alegre, na antiga creche, hoje, Serviço Educativo de Manufatura e Pintura, as três lojas – duas da Vista Alegre e uma da Bordallo Pinheiro, o showroom, as melhorias tecnológicas na fábrica e, ainda, o Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel, onde o Presidente da República pernoitou.

Aberto todo o ano

O Museu Vista Alegre está aberto todos os dias (exceto dia 1 de janeiro, dia de Páscoa e Natal) e além do Museu, que, com visitas livres ou guiadas, oferece uma explícita viagem pelos dois últimos séculos da história da porcelana em Portugal e da marca que se tornou referência no nosso país e no estrangeiro, possibilita ainda visita ao Atelier de Pintura da fábrica, onde pode ter contacto direto com a atividade de pintura das peças em fabrico na Fábrica Vista Alegre, assistindo aos pintores em plena laboração.

A passagem pelo Museu permite uma viagem que integra capítulos chave da história e fabrico da porcelana: os fornos; a fundação; o vidro; o pó de pedra; o modernismo; a comunidade social; a comemoração; o fascínio da China; litofanias; animália; escultura; louça de aparato e contemporâneos.

A ida ao Museu inclui ainda uma visita acompanhada à Capela de Nossa Senhora da Penha de França, construída no final do século XVII, monumento nacional desde 1910 onde se pode apreciar o túmulo do Bispo de Miranda, D. Manuel de Moura Manuel, obra prima do artista provençal Claude de Laprade e tetos e azulejos datados de 1694 e assinados pelo artista espanhol Gabriel del Barco.

Se integrar no programa a Creche, edifício de 1942, onde o Museu instalou o seu Serviço Educativo de Manufatura e Pintura, pode ser artista por um dia e realizar a sua peça de arte ou simplesmente escolher uma de muitas atividades associadas à porcelana que este espaço proporciona.

Conheça, aqui, toda a história do Museu

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